Intimidade Conjugal e Adoção: Unindo o Amor Procriativo e Unitivo no Casamento

O casal que está no processo de adoção realmente não deve cair no engano de que a adoção substitui ou elimina a necessidade de intimidade conjugal, incluindo a relação sexual. A adoção é uma forma de procriação espiritual, já que o casal acolhe uma nova vida em sua família, mas isso não significa que a união física e emocional entre os cônjuges deva ser negligenciada.

 

Isso pode, inclusive, levar o casal a um distanciamento e ao fechamento em relação à união, mesmo que estejam na fila de adoção. A relação entre homem e mulher, como descrito por São João Paulo II em sua obra “Teologia do Corpo”, é o mais próximo que o ser humano pode experimentar da intimidade com Deus. O ato sexual no casamento carrega um duplo significado: **procriativo** e **unitivo**. Mesmo que a procriação biológica não seja possível, o ato conjugal permanece como uma expressão vital de amor e unidade entre o casal, reforçando os laços espirituais e emocionais e mantendo viva a união sacramental.

 

Outra questão que pode levar o casal a se afastar de Deus, mesmo estando abertos à adoção, é a dor da infertilidade, ou em casos onde a mulher tenha o útero removido por razões médicas, o que pode gerar um bloqueio em relação à vida. O ato sexual não deve ser praticado meramente por prazer, pois agir dessa forma nos reduz a seres irracionais. Deus não nos criou como os animais, que não compreendem a liberdade e o amor. É precisamente essa capacidade de amar com liberdade que nos diferencia. A verdadeira união entre um homem e uma mulher no matrimônio é uma aliança, onde ambos se entregam plenamente, fazendo promessas de amor e fidelidade. O homem, ao se unir à sua esposa, compromete-se a protegê-la, prover para a família e estar disposto a sacrificar-se por ela e pelos filhos. A mulher, por sua vez, entrega ao homem seu maior tesouro: seu corpo e sua intimidade, em um ato de profunda confiança e doação.

 

Essa aliança é um reflexo do amor de Deus pela humanidade, e é por isso que ela não deve ser negligenciada nem deixada de lado, mesmo durante o processo de adoção. O casal deve continuar a viver sua união de forma plena, reconhecendo que a adoção é um complemento ao amor já existente, não uma substituição da vida íntima.