A Igreja Católica vê a adoção como um gesto profundo de amor e caridade, refletindo a misericórdia de Deus e a dignidade de cada ser humano. Na visão católica, toda vida é um dom sagrado, e a adoção oferece uma oportunidade de acolher crianças que, por diversas circunstâncias, não podem ser criadas por seus pais biológicos. A Igreja incentiva os casais a considerarem a adoção como uma resposta generosa ao chamado de Deus para a paternidade e maternidade, especialmente quando surgem impedimentos biológicos.São João Paulo II, no documento Evangelium Vitae, sublinhou a importância de proteger a vida em todas as suas fases, e a adoção é uma forma concreta de praticar esse ensinamento, promovendo o bem-estar de crianças vulneráveis. Nesse contexto, a adoção é vista como um ato de generosidade que vai além da biologia, representando uma manifestação do amor de Deus por todos os seus filhos.A Igreja também ensina que, ao adotar, os pais se abrem ao mistério da paternidade e maternidade espiritual, espelhando o próprio exemplo de Cristo, que adotou toda a humanidade como sua família. Por isso, a adoção é não apenas uma solução para a infertilidade, mas uma vocação que oferece às crianças a oportunidade de viver em um lar cheio de amor, fé e valores cristãos.Além disso, o Catecismo da Igreja Católica reforça a importância do respeito à dignidade das crianças adotadas, afirmando que elas devem ser recebidas com o mesmo amor, cuidado e respeito como se fossem filhos biológicos. Para a Igreja, o ato de adoção não é apenas uma ação social ou legal, mas uma verdadeira missão de fé, uma forma de viver os ensinamentos de Cristo sobre a caridade, a hospitalidade e o cuidado pelos mais vulneráveis.Dessa maneira, a adoção é vista pela Igreja como uma resposta ao mandamento de “amar ao próximo”, oferecendo aos casais uma maneira de vivenciar o chamado à santidade através do amor familiar, superando barreiras biológicas para criar laços de afeto e dedicação espiritual.