
Na venerável senda do pensamento filosófico, é mister que lancemos nosso olhar sagaz sobre uma questão premente que aflige os corações contemporâneos: a adoção por moda e os infaustos riscos que jazem quando a motivação não emana das fontes mais íntimas e genuínas do coração humano.
A busca pelo que é tido como moderno e trendy é, por vezes, impetuosa e destituída de uma reflexão profunda e prudente. Na atualidade, vemos uma tendência preocupante emergir no âmago da sociedade: a adoção, não como resultado de uma sincera compaixão e vocação paterna ou materna, mas como uma tendência ditada pelos caprichos efêmeros da moda.
É inegável que a adoção, quando conduzida por motivos nobres e altruístas, é uma expressão sublime da benevolência humana. No entanto, quando cede espaço à volubilidade da moda, os riscos tornam-se palpáveis e sinistros. A criança adotada, ao invés de ser acolhida em um ambiente de amor e estabilidade, pode tornar-se inadvertidamente uma peça de um quebra-cabeça social, uma mercadoria exibida para satisfazer a efemeridade das tendências sociais.
Santo Tomás de Aquino, em sua sagacidade teológica, nos admoestaria a refletir sobre as motivações profundas que orientam nossas ações. A busca pela verdadeira caridade e compaixão deve transcender as superficialidades da moda, mergulhando nas profundezas do ser. Afinal, a verdadeira paternidade e maternidade não podem ser moldadas por modismos passageiros, mas devem emanar do íntimo desejo de nutrir e guiar uma alma em crescimento.
Assim, a sociedade contemporânea é desafiada a transcender as tentações do efêmero, a abraçar a verdadeira essência da adoção, desprovida de caprichos transitórios. Somente quando as motivações são genuínas e arraigadas na verdadeira compaixão, a adoção pode florescer como uma prática benevolente, capaz de transformar vidas de maneira duradoura.
Que as palavras do doutor angélico ecoem em nossos corações, incitando-nos a buscar a autenticidade nas ações e a enraizar nossas decisões na caridade desinteressada, para que a adoção, em sua nobreza, possa ser resguardada dos perigos que a superficialidade e a moda insensata podem precipitar sobre ela.